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“A cirurgia bariátrica é apenas o começo de um longo processo para tratamento da obesidade”, afirma a médica nutróloga Stela Guerreiro
13/01/2014 às 05:47
Membro da Sociedade Brasileira de Nutrologia, Doutoranda em Biotecnologia, Mestre em Biotecnologia pela Universidade Potiguar e Pesquisadora pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Dra. Stela Guerreiro fala da cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade, sem deixar de lado a complexidade e a responsabilidade que o tema exige
Dados do Ministério da Saúde revelam que mais da metade da população brasileira está acima do peso. Dessa forma, a saída encontrada por muitos para se livrar do excesso de peso têm sido a cirurgia bariátrica ou também popularmente conhecida como “redução de estômago”. No entanto, muitas pessoas desconsideram é que mesmo sendo uma aliada no tratamento da doença, a cirurgia não é a único fator determinante de sucesso para quem busca o emagrecimento. É necessário entender que cuidados especiais, principalmente alimentares, são fundamentais.
De acordo, com a médica Stela Guerreiro, a cirurgia bariátrica, deve ser realizada após o insucesso do tratamento clínico direcionado para o emagrecimento em um período de dois anos. “O ideal é que o paciente que sofre com a obesidade busque um equilíbrio fisiológico, através de reeducação alimentar, prática de atividades físicas e regulação hormonal (se houver alterações), e só depois dessas tentativas é que se pensa na cirurgia”, pondera.
A pesquisadora em obesidade lembra ainda da necessidade do acompanhamento por uma equipe multidisciplinar para os pacientes que vão fazer a cirurgia bariátrica. “O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é fator fundamental para o sucesso do tratamento da obesidade, observando sempre uma boa indicação clínica da cirurgia, uma orientação dietética com um nutricionista, a correção e prevenção de carências nutricionais por médico nutrólogo e o acompanhamento com um psicólogo”, explica.
Questionada sobre o risco de desnutrição após a realização da cirurgia bariátrica, Dra. Stela explica que um acompanhamento médico associado aos novos alimentos funcionais com nanotecnologia diminui o risco de implicações da cirurgia. A médica esclarece ainda que tais implicações se devem a alterações anatômicas do trato gastrointestinal, já que as técnicas cirúrgicas se baseiam na alteração do volume gástrico (restritivas) e/ou desvio de parte do intestino (‘bypass’), comprometendo a absorção de macronutrientes (proteínas) e micronutrientes (vitaminas e minerais).
Dentre as principais alterações verificadas nas consultas de seus pacientes, estão ocorrência de anemias (carência de ácido fólico e ferro), sintomas neurológicos (por deficiência de tiamina e vitamina B12), além de diversas e relevantes alterações hormonais, como distúrbio da tireoide, que determina variações de humor e comportamento alimentar, sem se esquecer das alterações ósseas, entre outras.
Dra. Stela alerta ainda, que a cirurgia bariátrica não é a solução definitiva e imediata para a obesidade, mas sim o primeiro passo de uma longa caminhada na busca de uma melhor qualidade de vida e na prevenção de fatores de risco e de diversas doenças cardiovasculares.
Fonte: Da Assessoria